Olá

Este blog é destinado, como o nome diz, a qualquer assunto. Apenas peço que não use palavrões, pornografia ou incite qualquer tipo de preconceito.
Obrigado e boa leitura.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Bom dia!

Muitas vezes fico pensando o que posso postar de interessante em um blog! Bem, na verdade, acredito que toda informação que não desrespeite ninguém, não ofenda ou diga coisas que as pessoas não gostariam que fossem ditas, seja útil. De especial, tenho a desejar a todos que seus dias sejam iluminados por Deus, que cada gesto seja orientado para o que é certo, mesmo que queira fazer o oposto, ou que digam que o que esta fazendo é bobagem, pois "todo mundo" faz do outro jeito.
Acredito, sinceramente, que a maioria das pessoas ainda tem o sentimento de que pode ajudar a humanidade de alguma forma e que cada gesto, por menor que pareça, pode fazer toda diferença.
Em um desenho da Walt Disney, um sábio chinês disse que um grão de arroz pode desequilibrar o prato de uma balança e que um soldado pode ser a diferença entre a vitória e a derrota. Por que não pensar que uma idéia pode ser a diferença entre o sucesso e o fracasso?
Que suas idéias iluminem seus caminhos e que Deus esteja sempre com vocês.
Grande abraço.

Geraldo.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Sócrates e o direito de pensar

Sócrates (469-399 a.C.), filho de um escultor e de uma parteira, herdou as artes do pai e da mãe, tornado-se um escultor de almas e parteiro de idéias. Seu processo de pensamento filosófico consistia em fazer com que seus interlocutores buscassem, através do raciocínio e da aceitação de sua ignorância diante do assunto, suas próprias verdades, sem considerar os costumes e dogmas impostos.

 A esse processo deu o nome de Maiêutica (do grego – arte de trazer à luz), fazendo com que as pessoas com quem tinha contato, elaborassem suas próprias idéias e conceitos, trazendo-lhes, segundo Sócrates, a liberdade e a noção do que é realmente necessário à vida do homem, a sabedoria. 

Diferentemente dos Sofistas, que utilizavam a retórica como arte de influenciar e, assim, tirar proveito para si, Sócrates usava seu conhecimento e reflexão para elevar a alma humana (a essência do ser) ao nível das coisas supremas. Para ele, o ideal de busca do homem deveria ser o bem, o justo, o amor e o belo e via na ética e na moral, as bases para se alcançar essa elevação. 

A famosa frase “conhece-te a ti mesmo”, demonstra a clara opção de Sócrates pelo ser humano e suas peculiaridades. Para ele, as pessoas deveriam ter liberdade total de pensamentos e idéias, e a justiça deveria estar presente em todos os atos humanos.

Considerando a justiça e a moral como que direcionando os atos humanos, pode-se inferir que, caso aja assim, o homem não terá o livre arbítrio, pois suas decisões seriam comandadas por essas duas regras. Nessa concepção de comportamento, todo ato que fugisse à justiça ou à moral, seriam condenáveis.

A profunda concepção de liberdade e pensamento fazia com que Sócrates questionasse tudo, das leis humanas aos deuses, dos dogmas aos costumes e isso lhe trouxe a reputação de corruptor da juventude ateniense, pelo fato de fazer com que os jovens refletissem mais sobre a vida e os valores tidos como certos.

Tal comportamento era inaceitável para a aristocracia da época e Sócrates foi julgado e condenado pelo tribunal ateniense. Mesmo diante do tribunal e da certeza de sua condenação, Sócrates manteve a postura de quem não teme nada, consciente de sua própria consciência, de que nada fez que merecesse a condenação. 

No relato de seu maior discípulo e biógrafo, Platão, Sócrates assim se defende: 

“Ele supõe saber alguma coisa e não sabe, enquanto eu, se não sei, tampouco suponho saber. Parece que sou um pouco mais sábio que ele exatamente por não supor que saiba o que não sei”.
            Essa declaração demonstra claramente a idéia de Sócrates de que, todo homem deve estar ciente de sua ignorância, para se manter de mente aberta a novos conhecimentos. Se acreditarmos que sabemos tudo, não aceitaremos opiniões e idéias novas e, portanto, ficaremos estagnados em nosso pseudoconhecimento.
A força dos discursos de Sócrates e sua presença imponente são tão nítidas que as palavras ficaram marcadas em seus discípulos. Com ele aprenderam o valor da filosofia, da amizade, do caráter e da verdade e a valorizar a essência das coisas, deixando de lado as banalidades como poder, reputação e riqueza, desenvolvendo uma postura de reflexão e liberdade de pensamentos, que busca o bem e dá acesso a felicidade e a sabedoria.

A nova visão sobre a consciência

Willian James, psicólogo americano (1842-1910), afirmava que a psicologia é a ciência da vida mental, abrangendo tanto os seus fenômenos como suas condições. No tocante ao objeto de estudo, as palavras-chave são fenômenos e condições. Em relação aos fenômenos, ele queria dizer que o objeto de estudo da psicologia devia ser buscado na experiência imediata. Já em relação às condições, referia-se à importância do corpo, principalmente do cérebro, na vida mental.
              De acordo com James, as subestruturas físicas da consciência formam uma parte básica da psicologia. A consciência deve ser analisada no seu ambiente natural, que é o físico do ser humano. Essa noção biológica da ação do cérebro sobre a consciência é uma característica exclusiva da abordagem de psicologia de James. Ele rebelava-se contra a artificialidade e a estreiteza da posição de Wundt. Acreditava serem as experiências conscientes simplesmente experiências conscientes e não grupos ou conjuntos de elementos. A descoberta de elementos mínimos da consciência, por meio da análise introspectiva, não demonstrava que eles existiam independentemente de um observador treinado. Os psicólogos realizam leituras da experiência com base na sua posição sistemática e com o seu ponto de vista.
             
James afirmava que o fato de algumas pessoas treinadas serem capazes de analisar suas experiências conscientes em um laboratório de psicologia, não quer dizer que os elementos por ela relatados estejam presentes na consciência de qualquer outra pessoa exposta à mesma experiência. Dizia, ainda, que as sensações simples não existem na experiência consciente, sendo apenas o resultado de algum processo de inferência ou abstração, onde nossa mente gera uma atenção discriminativa, escolhendo dentro do nosso repertório de vivências, os objetos e relações necessários para elaborar uma sensação.
              Ele criou a expressão fluxo de consciência, para explicar a idéia de que a vida mental consiste em uma unidade, em uma experiência total que se modifica. A consciência é um fluxo constante e qualquer tentativa de dividi-la em fases temporariamente distintas pode distorcê-la.
             
Como a consciência está em constante modificação, não é possível experimentar o mesmo pensamento ou e mesma sensação mais de uma vez. Pode-se pensar em um objeto ou estímulo em mais de uma ocasião, mas os pensamentos não são idênticos em cada situação. São diferentes devido às experiências intervenientes. Desse modo, a consciência é definida como cumulativa e não recorrente.
              A mente é igualmente contínua. Não há interrupção abrupta no fluxo de consciência. É possível notar lapsos de tempo, por exemplo, quando estamos sonolentos, mas quando estamos despertos, não temos dificuldade de estabelecer relações com nosso fluxo de consciência em andamento. A mente é seletiva: como somos capazes de prestar atenção apenas a uma parte do universo de nossas experiências, ela escolhe entre os vários estímulos a que é exposta. A mente filtra experiências, combina e separa outras, seleciona e rejeita outras mais. O principal critério de seleção é a relevância – a mente seleciona os estímulos relevantes de modo que permita que a consciência opere de modo lógico, criando assim uma série de idéias que possam resultar em uma conclusão racional.

              
James destacou, também, a função ou propósito da consciência. Acreditava que ela desempenhava alguma função biológica, de outro modo não teria sobrevivido ao tempo. A função da consciência é proporcionar a capacidade de adaptação ao ambiente, permitindo-nos escolher. Para desenvolver essa idéia, James fazia distinção entre a escolha e o hábito; acreditava que os hábitos eram involuntários e não conscientes. Quando estamos diante de um novo problema e temos de escolher uma forma de enfrentá-lo, a consciência entre em cena.

              
James afirmava que é óbvio e palpável que nosso estado mental jamais é exatamente o mesmo. Cada pensamento produzido por meio de um determinado fato é exclusivo e possui apenas certa semelhança com os demais pensamentos provenientes do mesmo fato. O filósofo grego Heráclito (544 a 484 a.C.) já se pronunciava dessa forma em sua célebre frase: “Ninguém consegue entrar duas vezes no mesmo rio”, querendo com isso dizer que, a partir da primeira experiência de entrar no rio, a pessoa já não é a mesma, pois essa experiência trouxe-lhe sensações antes não experimentadas e as águas nas quais se banhou, seguiram adiante e agora são outras as águas que passam por esse rio.

              
Como a psicologia lida com a consciência pessoal e imediata, a introspecção (voltar a atenção para dentro de si) deve ser o seu método básico. James tinha ciência das dificuldades da introspecção e a aceitava mesmo considerando-a um método imperfeito de observação. No entanto, acreditava na possibilidade de uma verificação mais apurada dos resultados produzidos mediante a comparação das contestações obtidas por diversos observadores.
              
Como complementação dos métodos introspectivo e experimental, James recomendava o método comparativo. A averiguação do funcionamento psicológico de populações distintas, como de animais, crianças e pessoas não-alfabetizadas ou indivíduos emocionalmente desequilibrados, permitia descobrir variações significativas na vida mental.
               James enfatizava a importância do pragmatismo na psicologia, afirmando a validade de uma idéia ou conceito mediante a análise das conseqüências práticas. A expressão do pragmatismo diz que, se funcionar, é verdadeiro.



Rousseau e a desigualdade entre os homens

Jean Jacques Rousseau, filósofo francês (1712-1778), em seu Discurso sobre a origem e os fundamentos da desigualdade entre os homens, publicado em 1755, cita as bases sobre as quais se firma o processo gerador das desigualdades sociais e morais entre os seres humanos.
               Tomando como base os primeiros homens, Rousseau iniciou um pensamento que o levaria a concluir que toda desigualdade se baseia na noção de propriedade particular criado pelo homem e o sentimento de insegurança com relação aos demais seres humanos.
              
Segundo Rousseau, os primitivos deviam viver em bandos mais ou menos organizados, que se ajudavam esporadicamente, apenas enquanto a necessidade emergente exigisse, para fins de alimentação, proteção e procriação. Findada tal necessidade, os primitivos seguiam suas vidas de forma isolada, até que nova necessidade aparecesse.
              Com o surgimento de novas exigências, as quais estes povos não estavam acostumados, surgiu, também, a percepção de que poderiam ter, além do necessário, algo mais que pudesse fazê-lo melhor do que os outros homens. Esta noção, ainda rudimentar nesses povos, foi-se aperfeiçoando, até alcançar um nível de elaboração que fizesse surgir a idéia de propriedade, fosse ela um animal, terras, armas e, até mesmo, outras pessoas.
Essa noção de propriedade criou nos primitivos a idéia de acumulação de bens e, conseqüentemente, superioridade frente aos demais. Essa suposta superioridade foi o estopim para o início dos conflitos entre os homens de uma mesma tribo e, posteriormente, entre cidades e nações.
              Outra novidade nesse progresso mental foi a noção de família, que com o tempo, levou homens e mulheres a deixarem de lado o comportamento selvagem que tinham. Essa moderação no comportamento, fez emergir a fragilidade perante a natureza e os animais, mas trouxe como compensação e noção de grupo, que transmitia maior poder de resistência do que o indivíduo isoladamente. O amor conjugal e o fraternal surgem nesse momento, segundo Rousseau.
             
               Entretanto, a facilidade da vida em grupo trouxe outro problema: a ociosidade e a busca por algo que desse sentido a vida, além do trabalho. Assim, o lazer se instituiu, porém, com o passar do tempo, o que era comodidade passou a ser visto como necessidade e novos conflitos surgiram, fazendo com que o homem ficasse mais infeliz pela privação das comodidades, do que feliz de possuí-las.
               Assim, segundo Rousseau, as desigualdades entre os homens têm como base a noção de propriedade privada e a necessidade de um superar o outro, numa busca constante de poder e riquezas, para subjugar os seus semelhantes.

Descartes e a existência de Deus

Descartes, filósofo francês (1596 – 1650), tinha como principal método de estudo, o questionamento de toda verdade que lhe era apresentada, passando-a primeiro , pelo crivo severo da razão, desconsiderando tudo o que a razão não aceitasse.
                            Um de seus estudos foi sobre a existência ou não de Deus. Sem considerarmos as questões religiosas e de crenças envolvidas em tal assunto, vejamos o que dizia Descartes.
 
                        Para ele a única coisa que realmente pode ser considerada verdadeira é o pensamento, visto que todo pensamento por si só prova sua existência, ou seja, mesmo que uma pessoa duvide que o pensamento exista, essa sua dúvida já é um pensamento. Essa proposição de Descartes fez surgir sua célebre frase: “Penso, logo existo”, que apesar de pequena guarda grande dimensão filosófica.
                      Uma vez de posse dessa nova linha de raciocínio, a razão, Descartes passa a examinar a idéia de perfeição. Quando dizemos que alguma coisa é imperfeita, estamos usando a idéia de perfeição sob a forma de falta de alguma coisa, ou seja, a ausência de algo que tornaria perfeita a coisa estudada.
                      Caso essa coisa estudada estivesse completa, teríamos a noção de um ser perfeito. Demonstrando que a idéia de perfeição não se origina nos sentidos, mas na razão, Descartes abre o caminho para a prova racional da existência de Deus. Ao questionar a origem da idéia de Deus, ele depara com o problema de que essa idéia não poderia ter surgido do nada, pois o nada, nada cria e nenhum ser, muito menos um ser perfeito, pode ter surgido do nada.
                     Seguindo este raciocínio, Descartes afirmou, também, que um ser imperfeito não pode ser a causa da criação de um ser perfeito, pois o menos não pode ser a causa do mais. A idéia de perfeição nasce junto com o homem, é uma idéia inata. Resta a idéia de que a perfeição não tendo sua origem no nada e nem tampouco em um ser imperfeito por natureza, só pode ter sido posta na razão por um ser perfeito.
                      Um ser perfeito pode ser a sua própria causa, ao contrário de um ser imperfeito. A idéia de perfeição posta na razão sugere a existência de um ser perfeito, pois seria contraditória a existência da perfeição sem um ser perfeito que a tenha criado.
                      Assim, a existência de uma idéia de perfeição que existe em nossa mente, comprova a existência de um ser perfeito que a criou e a colocou em nossa razão, ou seja, um ser que pode ser chamado de Deus.