Olá

Este blog é destinado, como o nome diz, a qualquer assunto. Apenas peço que não use palavrões, pornografia ou incite qualquer tipo de preconceito.
Obrigado e boa leitura.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Pão de Queijo

Como bom mineiro que sou, não poderia deixar de indicar essa receita. É fácil e deliciosa, vale a pena.
A receita não é minha, apenas estou postando para aqueles que apreciam uma delicia mineira.



Ingredientes:

4 xícaras (chá) de polvilho doce
4 xícaras (chá) de queijo da Serra da Canastra ralado grosso
2 1/4 xícaras (chá) de água
1/2 xícara (chá) de óleo
1 colher (sopa) rasa de sal
3 ovos grandes
Modo de Preparo:
Ponha o polvilho e o sal na batedeira. Regue com a água e o óleo ferventes e bata em velocidade máxima até virar uma massa grudenta.  Sem parar de bater, acrescente um ovo e espere incorporar à massa. Repita o operação, sempre adicionando um ovo por vez. Quando a massa estiver homogênea, junte o queijo e bata mais. Faça as bolinhas e arrume na assadeira deixando espaço entre elas. Asse em forno preaquecido entre 180 e 200 graus (temperatura média alta), até o lado inferior dos pães ficar dourado.


Receita da chef Heloísa Bacellar, do Lá da Venda, em São Paulo, SP

AURORA BOREAL


A aurora boreal é um fenômeno óptico que pode ser observado nos céus noturnos das regiões polares e é composto por brilhos, às vezes, em forma de cortina estendida em sentido horizontal, outras como um brilho difuso. Sua formação deve-se ao impacto de partículas do vento solar e a poeira espacial encontrada via láctea com a atmosfera da terra. Este impacto é possível devido ao campo magnético terrestre.
O nome de aurora boreal foi dado por Galileu Galilei (físico, matemático, astrônomo e filósofo italiano) em 1619, por conta do mito da deusa romana Aurora e seu filho Bóreas, que representavam os ventos do norte e sua ocorrência se dá mais nos meses de setembro a outubro e de março a abril. Nas latitudes do hemisfério sul, o nome muda para aurora austral, batizado assim por James Cook (explorador, navegador e cartógrafo inglês) em referência ao fato de estar ao sul.
Tal fenômeno não é exclusividade dos habitantes do nosso planeta, podendo ser visto, também, em outros planetas do nosso sistema solar, tais como Júpiter, Saturno, Marte e Vênus. Também não é exclusivo da natureza, podendo ser reproduzido artificialmente por meio de explosões nucleares ou em testes de laboratórios.
Num desses testes, uma aurora artificial foi criada pelo teste nuclear estadunidense Starfish Prime, em 09 de Julho de 1962, fazendo com que, na ocasião, o céu do Oceano Pacífico, naquela região, ficasse iluminado pela aurora por mais de sete minutos. O fenômeno foi registrado em filmes feitos na Ilha Samoa, a cerca de 3.200 quilômetros de distância do local da explosão.
Entre os povos escandinavos é conhecida como luzes do Norte e Thomas Bulfinch – Mitologia de Bulfinch fala da aurora boreal como reflexo das armaduras da Valquírias, que eram virgens da guerra e que, quando cavalgavam por sobre a terra levando alguma mensagem, suas vestes refletiam uma luz estranha, o que fazia com que as pessoas a chamasse de “aurora borealis”, ou “Luzes do Norte”. Tal descrição, porém, não consta em escritos oficiais da mitologia nórdica.

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Um dia frio.

Como diz Djavan em uma de suas músicas: "Um dia frio, um bom lugar pra ler um livro e o pensamento lá em você, eu sem você não vivo". Pensando nessa frase e no frio de hoje, percebi que o tempo que passamos sós não deve servir apenas para nos fazer lembrar das pessoas que gostamos e nem achar que estamos sós de verdade.
Estar só pode ser apenas um estado de espírito, pois muitas vezes, já me senti sozinho estando em uma multidão, e acompanhado (de mim mesmo), estando só. Cada um de nós sente as coisas e a vida de uma determinada maneira. Isso se chama idiossincrasia, ou seja, a forma particular com que cada pessoa sente e reage diante dos fatos que ocorrem em sua vida: a partida de uma pessoa querida, a morte de alguém que amamos, uma amizade estragada por questões diversas, nossa inocência adulterada pelas ilusões do mundo. Tudo contribui para que, muitas vezes, nos sintamos abandonados e sós, mesmo estando entre pessoas.
Acredito que todos os acontecimentos de nossa vida, sem exceção, servem para nos educar e nos fazer rever ou reafirmar nossos conceitos sobre o mundo, as pessoas e sobre nós mesmos: tudo é experiência que, se bem analisada, nos dará alguma lição sobre alguma coisa, basta prestar atenção ao que acontece a cada momento.
O emprego perdido pode ser um empurrão para que você mude, também, sua vida, a pessoa que se foi pode ensinar você a buscar novos relacionamentos, a família que se desfez, pode ser sinal de que não demos atenção suficiente a quem merecia.
Não estou dando um manual sobre a vida, são apenas algumas dicas para tentar viver de uma forma mais feliz e saudável. Os erros do passado são acontecimentos que devem nos fazer refletir e não um lugar para vivermos para sempre, remoendo aquilo que já está consumado.
A vida está em constante renovação e nós podemos, e devemos, nos renovar junto com ela.
Sejamos felizes.


quinta-feira, 11 de agosto de 2011

MACHU PICCHU


 
Construída em um penhasco nos Andes Peruanos há mais de 2350 metros de altitude, a antiga cidade dos incas, Machu Picchu, que na língua quíchua significa velha montanha, guarda ainda hoje muitos segredos. Descoberta pelo historiador americano Hiram Bingham, em 1911, a cidade é fonte de inspiração para teorias sobre seu valor religioso, social e estratégico.
Alguns acreditam que, com base na grande quantidade de esqueletos femininos encontrados em escavações, a cidade foi concebida como a cidade das mulheres eleitas para servir aos soberanos Incas, e outros, pela localização estratégica, que ela era usada como rota de fuga durante as guerras fratricidas (assassinato de irmãos e irmãs).
Os conquistadores espanhóis do século XVI não sabiam da existência de Machu Picchu, fato este explicado pelo abandono da cidade pelo próprio povo Inca, antes da chegada dos conquistadores.
Pesquisas arqueológicas identificam o lugar como o de adoração ao deus Sol, no fim de uma longa peregrinação pelo caminho conhecido como trilho inca, uma via de pedras com 33 quilômetros através das encostas escarpadas, de vegetação subtropical, presente na região.
Os mistérios que envolvem o passado de Machu Picchu é um dos atrativos para os turistas que visitam a cidade todos os anos. Ela ficou famosa em todo o mundo, ao lado das pirâmides do Egito, da muralha da China e das ruínas de Pompéia. Os edifícios da cidade, que eram construídos e distribuídos de acordo com as funções a que eram destinados ou a classe social de seus habitantes, foram restaurados e apresentam uma conservação excelente.
Os bairros situados no alto da cidade eram ocupados pelas castas religiosas ou famílias mais ricas, enquanto que os operários e escravos ficavam na parte baixa, nas encostas da falésia (costas com rochas batidas pelo mar).
Na praça central, a plaza principal como era chamada, os Incas realizavam suas cerimônias religiosas e, no topo de uma elevação próxima, o templo do Sol e a pedra sagrada (roca sagrada), os sacerdotes ofereciam sacrifícios de lhamas e outros animais domésticos, para satisfação do deus Sol. Com cerca de cinco quilômetros quadrados, a cidade ainda guarda seus sistemas de irrigação e os celeiros onde eram armazenados os produtos das colheitas realizadas nos socalcos (porção plana de uma encosta).
O testemunho que temos da civilização Inca pode ser visto nas pedras de granito, na qual a técnica de corte e encaixe demonstra a habilidade que esse povo dominou como nenhum outro.

LÁPIS-LAZÚLI


De origem latina, o significado de lápis é pedra e de lazúli, azul. Assim o lápis-lazúli pode ser, a primeira vista, apenas uma pedra azul, mas ele é uma gema que, depois de lapidada e polida, torna-se uma pedra preciosa, de um azul magnífico e brilho vítreo (parecendo vidro). Assim como outras gemas, ela apresenta-se mais opaca que brilhante. É resultado da combinação de diversos minerais, entre eles a lazurita, o sódio, o alumínio e a pirita, sendo conhecida mais como rocha.

           O uso do lápis-lazúli, segundo arqueólogos, remonta há 7000 anos. Nas tumbas egípcias, foram encontradas sendo usadas não apenas como jóia, mas em outros objetos decorativos como caixas, escaravelhos e esculturas. Os egípcios, na antiguidade, fabricavam amuletos usando pedras. Achados sugerem o uso do lápis-lazúli também em maquiagem, como sombras para os olhos. Na Idade Média e na Renascença, seu uso cresceu quando artistas o usavam para criar pinturas azuis brilhantes.
                                                                                             
Atualmente, a maior produção do lápis-lazúli vem do Afeganistão e seus mineiros tentam encontrar pedras com azul profundo, vindo de depósitos de pirita, também conhecida, como "ouro dos tolos". As melhores podem ser usadas em adornos para porta-jóias ou como peças de joalheria. Preferido entre os joalheiros profissionais, o lápis-lazúli é avaliado em sua forma de conta. As próprias pedras servem para esculpir, mas deixam um odor meio desagradável, fazendo com que aqueles que trabalham com ele, usem roupas e máscaras protetoras, para evitar o depósito de sílica nos pulmões.
As contas feitas com o lápis-lazúli estão disponíveis em grande variedade, tendo um preço razoável, porém, uma gema de melhor qualidade, contribui para um preço mais alto. São encontrados na forma de fusos, cilindros, tubos facetados, lágrimas e contas redondas, sendo estas usadas em rosários há séculos.
Cordões de lápis-lazúli, com formato de fusos podem custar menos de 1 dólar cada conta, já as contas compridas, como tubos facetados, chegam a 3 dólares cada. Pedras soltas também são baratas, sendo que a tendência dos comerciantes é medi-las em gramas, não em quilates. Vale lembrar que 1 quilate equivale à metade de 1 grama. Pedras de grande qualidade podem chegar a 40 dólares o grama.
Usado também em anéis, o lápis-lazúli precisa de cuidados especiais. Na Escala de Mohs (escala que mede a dureza dos minerais), apresenta dureza 5-6, apenas – equivalente ao vidro. Visando garantir uma melhor qualidade, as lojas que o comercializam questionam os fornecedores sobre a procedência, uma vez o lápis-lazúli pode ser colorido artificialmente, imitando, assim, pedras qualidade superior.
Na Antigüidade, o lápis-lazúli era visto como o símbolo da verdade, sendo que em algumas crenças, era considerado como um portal para o mundo espiritual. No Catolicismo Romano, em muitas das pinturas da Virgem Maria, tanto na Idade Média quanto no Renascimento, aparece o lápis-lazúli, estando assim, sempre associado ao misticismo e à pureza.


Facebook pode ser alvo de ataque hacker em novembro


Hackers que teriam ligações com o grupo Anonymous, responsável por uma série de ataques a sites de governos e empresas nos últimos meses, dizem que vão organizar um ataque contra o Facebook no dia 5 de novembro. Em um vídeo, eles acusam o Facebook de violar a privacidade de seus usuários e enviar informações pessoais para governos e empresas sem autorização dos internautas.
Vídeo com as ameaças dos hackers ao Facebook (em inglês)
Como o Anonymous é um grupo que atua de forma descentralizada, alguns especialistas em segurança suspeitam de tudo não passe de um boato. Entretanto, em sua conta no Twitter, o grupo Anonymous admitiu que alguns de seus membros estão envolvidos no plano. O grupo afirma, no entanto, que essa ação não é apoiada pelo Anonymous. "Preferimos combater o poder de verdade, e não os serviços que usamos como ferramentas", afirma uma mensagem publicada no perfil do Anonymous no Twitter.
O dia 5 de novembro teria sido escolhido por ser o Guy Fawkes Day, na Grã-Bretanha. Neste dia, em 1605, um grupo liderado pelo revolucionário Guy Fawkes tentou explodir o Parlamento Britânico.

iG São Paulo 10/08/2011 13:30

Senado reduz INSS de microempresa e dona de casa para 5%


O plenário do Senado aprovou hoje a Medida Provisória 529, que reduziu a alíquota de contribuição do microempreendedor individual à Previdência Social de 11% para 5%. Transformada em projeto de lei de conversão, a proposta seguirá diretamente à sanção presidencial. A expectativa é que o aumento da formalização no mercado de trabalho acarrete aumento de arrecadação da Previdência Social, diminuindo o impacto da renúncia fiscal. 
O alcance social da medida foi destacado pelo relator, senador Armando Monteiro Neto (PTB-PE), que apontou a redução como um "incentivo importante para a formalização da economia". A medida foi tão elogiada que até a oposição subiu à tribuna para elogiar o governo pela iniciativa. "Qualquer proposta que reduza o volume da atividade informal certamente é uma grande contribuição ao aperfeiçoamento da legislação, estímulo às atividades econômicas e ao desenvolvimento social e econômico do País", discursou o líder do PSDB, Álvaro Dias (PR). 
A medida provisória também incluiu as donas de casa como beneficiárias do projeto, sendo que poderão aposentar por idade, mediante contribuição ao INSS da alíquota reduzida. Outra emenda aprovada pelos deputados estabelece como dependente do segurado o filho com deficiência intelectual ou mental, que seja considerado relativamente ou totalmente incapaz por declaração judicial. Por fim, uma emenda da Câmara permitiu o recebimento de pensão por morte aos dependentes com deficiência, prevendo, no entanto, redução de 30% caso exerçam alguma atividade remunerada.

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Energia para indústria no Brasil é 50% mais cara que média mundial



Tarifa média paga pelas fábricas brasileiras é de R$ 329 por megawatt-hora; no mundo, valor é de R$ 215,50
A tarifa média de energia elétrica para a indústria brasileira é de R$ 329 por megawatt-hora (MWh), quase 50% maior do que a média de R$ 215,50 em um conjunto de 27 países que divulgam dados na Agência Internacional de Energia, aponta estudo da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
A diferença chega a 134% quando se compara o Brasil com os BRICs (Rússia, Índia e China), que pagam em média R$ 140,70 pela energia consumida na indústria. Em relação à América Latina, que gasta em média R$ 197,50 por MWh no setor fabril, a energia brasileira é 67,5% mais cara.
Segundo o documento, que também discute as divergências entre os 27 Estados brasileiros, nenhum deles é competitivo em nível global. A Firjan levantou tarifas nas 64 distribuidoras de energia no Brasil. A entidade aponta no estudo que somente o custo da primeira parte da tarifa, que envolve geração, transmissão e distribuição, já supera os preços finais da energia nos três principais parceiros comerciais brasileiros - China, Estados Unidos e Argentina.
Além da energia, a Firjan também considera críticos os 14 encargos cobrados sobre a energia, que respondem por 17% da tarifa final. Destaca que a alíquota média dos tributos estaduais e federais - PIS/Cofins e ICMS - cobrada na energia elétrica industrial é de 31,5%, a maior de todos os países analisados no estudo.
O documento sugere a redução de tributos para aumentar a competitividade da indústria brasileira, a eliminação de algumas contribuições e subsídios cruzados, além do fortalecimento da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
"Assim, qualquer discussão que não considere redução mínima de 35% do custo de geração, distribuição e transmissão de energia, refletindo os investimentos já amortizados pelas geradoras e distribuidoras, nos colocará fora do jogo da competitividade mundial", afirmou, em nota, o gerente de Competitividade Industrial e Investimentos da Firjan, Cristiano Prado.
 Valor Online | 10/08/2011 11:58

MEC não vai mais reconhecer pós de universidades corporativas.

O não reconhecimento do MEC (Ministério da Educação) dos cursos de pós-graduação oferecidos por universidades corporativas não deve diminuir o número de programas de educação corporativa, avaliam especialistas. Na quinta (4) da semana passada, o órgão publicou a nova regra, que prevê que cursos de pós-graduação de instituições não-educacionais não serão mais reconhecidos. 


Cerca de 400 instituições não-educacionais já ofereciam esses cursos e outras 134 esperavam autorização do MEC para funcionar. Segundo o órgão, agora os programas serão considerados cursos livres e não mais uma pós-graduação lato sensu (especialização).

Foto: Danilo Chamas / Fotomontagem iG sobre SXC/Flickr CC
A falta de mão de obra qualificada tem feito com que as empresas invistam na formação de seus funcionários por meio de universidades corporativas, justifica especialista
“As universidades corporativas não surgiram para competir com o sistema formal de ensino” afirma Marisa Eboli, professora do Departamento de Administração da FEA (Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo) e especialista em educação corporativa. “Não acredito que essa medida gere algum impacto para as empresas, porque seu objetivo é formar mão de obra qualificada com o foco específico na estratégia da companhia.”
Segundo a professora, a grande diferença entre uma universidade corporativa e os programas de treinamento e desenvolvimento convencionais é que a universidade tem um sistema de educação organizado sob a lógica da empresa, com um vínculo específico em sua estratégia. Já os programas de treinamento são pontuais e criados para solucionar deficiências técnicas dos profissionais.
Educação
O gerente do Departamento de Desenvolvimento de Pessoas da Eletrobras, Joazir Nunes Fonseca, diz que a Unise (Universidade Corporativa do Sistema Eletrobras) funcionará normalmente. A empresa investiu R$ 9,2 milhões em sua universidade, que em 52 ações educacionais realizadas em 2010 – entre programas de aperfeiçoamento e MBA - formou mais de 2.100 profissionais.
“Nossos cursos de pós-graduação, especialização e MBA, são feitos em parceria com universidades acadêmicas e o diploma de conclusão é dado por eles”, afirma. Entre as universidades parceiras da Unise estão instituições de ponta, como a FGV (Fundação Getulio Vargas), USP (Universidade de São Paulo), UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e Unicamp (Universidade Estadual de Campinas).
“A formação que proporcionamos é estratégica e ligada ao setor elétrico. Operamos com cinco escolas. Cada uma tem pilares de desenvolvimento e formação. Por exemplo, na escola de Estratégia de Mercado temos pilares de comercialização, pesquisa e desenvolvimento, inovação e regulamentação”, explica Fonseca.


Maria Carolina Nomura, iG São Paulo 10/08/2011 05:58

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Criada para mulheres, Lei Maria da Penha também ajuda homens


Lei Maria da Penha foi criada há cinco anos para coibir a violência doméstica e familiar contra mulheres, mas está sendo aplicada por alguns juízes a relações homossexuais. Somente neste ano, duas decisões judiciais defenderam gays agredidos por companheiros.A lei federal 13.340 de 7 de agosto de 2006 foi sancionada pelo então presidente da República,Luiz Inácio Lula da Silva, com a intenção de coibir as agressões que mulheres sofrem de homens. 
A Lei Maria da Penha ficou conhecida assim em referência à farmacêutica cearense Maria da Penha Maia Fernandes, agredida sucessivas vezes pelo ex-marido, o professor universitário colombiano Marco Antônio Heredia Viveiros. Em um desses ataques, ele a deixou paraplégica com um tiro de revólver.Às vítimas de agressão, a lei dá várias garantias, como o fornecimento de abrigos provisórios para que a mulher não precise viver junto com o agressor. Há 28 anos, aos sair do hospital depois que o ex-marido tentou matá-la, Maria da Penha voltou a viver com ele e outra vez foi agredida. Ficou em cárcere privado e quase morreu novamente ao ser eletrocutada.
Em fevereiro deste ano, para evitar que o mesmo acontecesse, mas desta vez com um homem, a Justiça do Rio Grande do Sul concedeu uma medida de proteção a um homossexual que afirmou estar sendo ameaçado pelo ex-companheiro. A decisão do juiz Osmar de Aguiar Pacheco, da comarca de Rio Pardo (a 150 quilômetros de Porto Alegre), obrigou o agressor a manter uma distância de, no mínimo, 100 metros da vítima, sob pena de prisão. Na época, o magistrado argumentou que, embora a lei tenha como objetivo a proteção das mulheres, qualquer pessoa em situação vulnerável pode ser beneficiada pela legislação. Segundo ele, a Constituição Federal diz que todos são iguais perante a lei, sem discriminações de qualquer natureza. Mesmo sendo do sexo masculino, a vítima mereceria a proteção da lei em um caso de violência doméstica, defendeu o juiz.
No Rio de Janeiro, no mês de abril, uma outra decisão da justiça beneficiou um homem que apanhou de um ex-companheiro. O juiz Alcides da Fonseca Neto, da 11ª Vara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, se valeu da lei Maria da Penha para fazer o agressor assinar um termo de compromisso pelo qual precisa manter uma distância de 250 metros da vítima.

Três anos antes, em 2008, a Justiça de Mato Grosso tomou uma decisão ainda mais controversa ao usar a lei Maria da Penha para proteger um homem de uma mulher. A vítima, um empresário, denunciou a ex-mulher por danos materiais, agressões físicas e ameaças. O advogado do homem propôs ao juiz a aplicação inédita da lei Maria da Penha, alegando que a lei criada para defender as mulheres é discriminatória. Resultado: uma medida cautelar para que a mulher mantenha uma distância de pelo menos 500 metros da vítima e a proibição de fazer qualquer contato com o ex-companheiro.“A especial proteção destinada à mulher pode e dever ser estendida ao homem naqueles casos em que ele também é vítima de violência doméstica e familiar, eis que no caso em exame a relação homoafetiva entre o réu e o ofendido, isto é, entre dois homens, também requer a imposição de medidas protetivas de urgência", defendeu o juiz.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

IOF incidirá no pagamento de conta com cartão de crédito


Quem utilizar o cartão de crédito para quitar qualquer tipo de conta, como condomínio, luz e água, terá de pagar o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre operações de crédito. A alíquota do IOF para pessoas físicas é de 3% ao ano ou o equivalente a 0,0082% ao dia. Para a Receita Federal, que publicou hoje Ato Declaratório Interpretativo (ADI), no Diário Oficial da União (DOU), esse tipo de operação com cartão de crédito consiste na prática em empréstimo e, portanto, o imposto deve ser cobrado.
A Receita identificou que alguns bancos estavam recolhendo IOF nessas operações e outros não vinham fazendo o recolhimento. O governo aumentou em abril a alíquota do IOF para pessoa física de 1,5% para 3% ao ano para frear o crescimento do crédito na economia. Foi uma medida para auxiliar no combate às pressões inflacionárias.
IG economia em 02/08/2011 12:53

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Por dia, 21 jovens são internados por uso de álcool e droga


A porta de entrada para a dependência química no Brasil acontece aos 13 anos. O início do consumo exagerado de entorpecentes acarreta outra estatística precoce à saúde do adolescente brasileiro. Entre janeiro e maio deste ano, todos os dias, 21 pessoas com menos de 19 anos foram internadas por transtornos mentais acarretados pelo abuso de álcool e drogas.
O levantamento, feito pelo iG Saúde no banco virtual de dados do Ministério da Saúde, mostra que este tipo de internação é crescente no País. Em dois anos, foi registrado um aumento de 29,5% nestas hospitalizações, passando de 2.426 casos nos primeiros cinco meses de 2009 para 3.142 registros em 2011. Os meninos são maioria com 75,6%, e a faixa etária mais vulnerável é a entre 15 e 19 anos.
Na tentativa de mudar o curso da dependência precoce brasileira, a prefeitura do Rio de Janeiro e o governo de São Paulo lançaram dois planos de ação que mudam a abordagem de ação governamental.No Estado paulista, o governo encaminhou nesta segunda-feira (1/8), um projeto de lei à Assembleia Legislativa – que ainda precisa ser aprovado pelos deputados para entrar em vigor – para aumentar o rigor de fiscalização em bares, restaurantes e outros tipos de comércios que vendem bebida alcoólica a menores de 18 anos. Pelo texto sugerido, o estabelecimento infrator pode receber multas de até R$ 87,2 mil, além de interdição por 30 dias e fechamento definitivo das portas.
Já no município carioca, a Secretaria Municipal de Assistência Social, desde maio, tem aval para internar adolescentes e crianças em situação de rua que são usuários crônicos de drogas, mesmo contra a vontade deles. Desde que o programa foi instalado, 94 meninos foram internados no regime de internação chamado de compulsório.
Cem vezes mais do que crack
Para Elisaldo Carilini, coordenador do Centro Brasileiro de Informações Sobre Drogas Psicotrópicas (Cebrid), da Unifesp, a escolha de São Paulo para brigar contra o consumo de álcool é acertada.
“Não há dúvidas de que as bebidas alcoólicas são o principal problema de saúde pública na dependência química juvenil”, afirma.
Para justificar a afirmação veemente, Carlini recorre aos mais recentes dados – ainda não publicados – da pesquisa nacional feita pelo Cebrid, que colheu informações de 108 mil estudantes de escolas públicas e privadas de todo País: enquanto 60,5% dos pesquisados afirmaram já ter usado álcool na vida, 0,6% disseram ter experimentado crack.
“É uma diferença comparativa de quase cem vezes entre crack e álcool. Para começar a reverter estes números absurdos é preciso que o comerciante e a pessoa que frequenta o bar participe deste processo”, diz o pesquisador.
“O comerciante não vendendo a pinga ou cerveja ao menor de idade e, caso o faça, tendo a noção e a sensação de que será punido. E o frequentador do bar, contribui denunciando o estabelecimento caso testemunhe a venda inadequada.”
Cérebros auxiliares
O psiquiatra da Associação Brasileira de Estudo do Álcool e Outras Drogas (Abead), Sérgio de Paula Ramos, concorda que a punição mai severa aos comerciantes de São Paulo pode contribuir para reverter o curso da dependência instalada antes dos 18 anos.
“A neurociência já demonstrou que o cérebro demora 21 anos para amadurecer plenamente. A última parte a ficar pronta é a que controla a impulsividade”, diz Ramos.
“O beber precoce detona o percurso de amadurecimento cerebral. Se a pessoa tem o primeiro contato com o álcool aos 21 anos, o risco de tornar-se alcoolista é de 9%. Se o início é aos 13 de idade – a média de início ao acesso dos brasileiros ao álcool, conforme atestou uma pesquisa do Ibope feita no ano passado – a chance de virar um dependente é ampliada para 50%”, diz.
Para o pesquisador da Abead a internação compulsória dos que desenvolvem esta dependência – aos moldes do programa já em curso no Rio de Janeiro – é outra medida consistente.
“É preciso que o jovem conte com cérebros auxiliares já maduros, como o dos seus pais, professores, profissionais de saúde", acredita Ramos.
"O recurso (da internação involuntária) é importante, pois facilita a ação do médico com este dependente. Hoje, para internar a pessoa dependente crônica é preciso aprovação do juiz. Tenho 37 anos de experiência com dependentes químicos e, até hoje, nunca recebi uma negativa judicial. Autorizar este trabalho do médico é facilitar o caminho.”
Trabalho em rede
Seja com o consentimento ou não do dependente, os médicos e estudiosos da dependência química não discordam que a internação é a última alternativa no tratamento médico, que é preciso existir uma rede de ambulatórios que dê conta de atender os casos menos graves e que uma fiscalização efetiva do exercícios dos profissionais de saúde coibiria abusos de hospitalizações desnecessárias.
Para o Ministro da Saúde, Alexandre Padilha, é preciso mais do que apenas ampliar o número de serviços voltados ao usuário de álcool e drogas, seja ele de qualquer idade. Em entrevista ao iG, ele diz que atualmente “o tratamento da dependência química é uma dúvida no mundo todo. Todos os protocolos de tratamento, sejam farmacológicos ou não têm uma taxa relativa baixa de sucesso.”
“Acabamos de conversar sobre as novas diretrizes da política de enfrentamento de álcool e drogas. Temos de reorganizar os serviços de saúde para enfrentar essa situação. Precisamos ter uma rede que tenha serviços diferentes para situações diferentes. Qualquer proposta de organização do serviço que proponha um enfrentamento único está fadada ao fracasso.”
* Colaboraram Leoleli Camargo e Priscilla Borges - IG notícias em 01/08/2011